Após ataques a igrejas, fiéis no Níger voltam a celebrar Missas



26 janeiro, 2015


Com igrejas praticamente destruídas, cadeiras e mesas para altar foram alugadas para as celebrações

Da redação, com Rádio Vaticano

Católicos no Níger voltaram a participar da Missa neste domingo, 25, nove dias após os ataques a igrejas locais ocorridos em “protesto” contra as charges retratando o profeta Maomé, publicadas pela revista francesa Charlie Hebdo.

Várias igrejas foram destruídas. Por isso, os sacerdotes celebraram a Eucaristia sem paramentos, queimados durante os incêndios, e organizando-se com a ajuda dos fiéis. Cadeiras e mesas para altar foram alugadas para as celebrações.

Uma das Missa foi concelebrada pelos Arcebispos Laurent Lompo e Michel Cartatéguy, Emérito, que encorajaram os fiéis a alimentar a esperança, para que não se verifiquem outras violências e atos de vandalismo

Danos ultrapassam dois milhões de euros

Na última semana, reporta o site www.eglisecatholiqueauniger.org, as comunidades paroquiais limparam as igrejas (ou o que sobrou delas), constatando os diversos danos provocados pelos ataques: paredes danificadas, telhados destruídos, mobílias e bancos queimados. Estimativas consideram que os prejuízos ultrapassam os 2 milhões de euros. Para reconstruir as paróquias e remediar os danos, alguns fiéis decidiram doar parte de seus salários, enquanto outros fornecem materiais ou mão-de-obra.

Para o Arcebispo de Niamey, deverá ser reconstruído não somente o que foi destruído materialmente, mas também a fraternidade e o diálogo entre as religiões. Dom Lompo e Dom Cartatéguy visitarão todas as paróquias de Niamey, para levar uma mensagem de paz e de perdão.

Imagem queimada de Maria vira símbolo

Na última quinta-feira, 22, todos os sacerdotes da Arquidiocese encontraram-se para uma cerimônia simbólica diante de uma imagem de Nossa Senhora, danificada pelas chamas na Paróquia de Santo Agostinho. Trata-se de um dos raros objetos de piedade não consumidos pelos incêndios, que após recuperado, foi levado a Dom Cartatéguy, que definiu-o como “o símbolo de todas as estátuas das igrejas queimadas”. O bispo pediu a todo o clero para oferecer a Maria o sofrimento, mas também a esperança da comunidade cristã duramente provada, convidando os paroquianos para depositar diante da estátua de Maria as cinzas de todas as Igrejas queimadas.

Reforçar amizade e fraternidade com os muçulmanos

O bispo apelou também ao perdão e à benevolência para com os muçulmanos e exortou a não se considerar vãos os esforços para alimentar o diálogo com os muçulmanos. “O que aconteceu não é fruto do diálogo – afirmou Cartatéguy – aquilo que aconteceu deve nos comprometer a reforçar as nossas ligações de amizade e de fraternidade com os muçulmanos”.

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