É tempo de misericórdia, diz Papa no encerramento do Sínodo



25 outubro, 2015


“As situações de miséria e de conflitos são para Deus ocasiões de misericórdia. Hoje é tempo de misericórdia!”, afirmou o Papa Francisco

Da redação, com Rádio Vaticano

Na manhã deste domingo, 25, o Papa Francisco presidiu, na Basílica de São Pedro, em Roma, a Missa que conclui oficialmente o Sínodo dos Bispos sobre a Família.

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Na homilia, o Santo Padre referiu ao Evangelho de hoje que, segundo ele, liga-se diretamente à primeira Leitura: “como o povo de Israel foi libertado graças à paternidade de Deus, assim Bartimeu foi libertado graças à compaixão de Jesus.” Jesus deixa-se comover e responde ao grito do Bartimeu”.

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Foto: Reprodução CTV

Tempo de misericórdia

O Papa Francisco destacou as expressões “coragem” e “levanta-te”, usadas pelo discípulos para levar o cego até Jesus. Estas são “palavras de misericórdia”, disse o Santo Padre.

“Primeiro, dizem-lhe “coragem!”, uma palavra que significa, literalmente, “tem confiança, faz-te ânimo!” É que só o encontro com Jesus dá ao homem a força para enfrentar as situações mais graves. A segunda palavra é «levanta-te!», como Jesus dissera a tantos doentes, tomando-os pela mão e curando-os. Os seus limitam-se a repetir as palavras encorajadoras e libertadoras de Jesus, conduzindo diretamente a Ele sem fazer sermões”, explicou.

Em seguida, disse: “A isto são chamados os discípulos de Jesus, também hoje, especialmente hoje: pôr o homem em contacto com a Misericórdia compassiva que salva. Quando o grito da humanidade se torna, como o de Bartimeu, ainda mais forte, não há outra resposta senão adaptar as palavras de Jesus e, sobretudo, imitar o seu coração. As situações de miséria e de conflitos são para Deus ocasiões de misericórdia. Hoje é tempo de misericórdia!”

Espiritualidade de miragem e fé de tabela

Segundo Francisco, há algumas tentações para quem segue Jesus e o Evangelho põe  pelo menos duas em evidência. A primeira é viver uma “espiritualidade de miragem”, ou seja, não parar, ser surdo, “estarmos com Jesus mas não sermos como Jesus, estar no seu grupo mas viver longe do seu coração”, esclareceu o Papa.

“Podemos falar d’Ele e trabalhar para Ele, mas viver longe do seu coração, que Se inclina para quem está ferido. Esta é a tentação duma ‘espiritualidade da miragem’: podemos caminhar através dos desertos da humanidade não vendo aquilo que realmente existe, mas o que nós gostaríamos de ver; somos capazes de construir visões do mundo, mas não aceitamos aquilo que o Senhor nos coloca diante dos olhos. Uma fé que não sabe radicar-se na vida das pessoas, permanece árida e, em vez de oásis, cria outros desertos”.

A segunda tentação, segundo o Papa, é a de cair numa “fé de tabela”.

“Podemos caminhar com o povo de Deus, mas temos já a nossa tabela de marcha, onde tudo está previsto: sabemos aonde ir e quanto tempo gastar; todos devem respeitar os nossos ritmos e qualquer inconveniente perturba-nos. Corremos o risco de nos tornarmos como muitos do Evangelho que perdem a paciência e repreendem Bartimeu. Pouco antes repreenderam as crianças (cf. 10, 13), agora o mendigo cego: quem incomoda ou não está à altura há que excluí-lo. Jesus, pelo contrário, quer incluir, sobretudo quem está relegado para a margem e grita por Ele. Estes, como Bartimeu, têm fé, porque saber-se necessitado de salvação é a melhor maneira para encontrar Cristo”, disse.

No final da sua homilia e tomando o exemplo de Bartimeu, o Papa Francisco agradeceu o caminho percorrido pelos padres sinodais convidando-os a continuarem no “caminho que o Senhor deseja” sem se deixarem ofuscar “pelo pessimismo e pelo pecado”.

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