Solenidade de Pentecostes



23 maio, 2015


Pentecostes: plenitude do mistério pascal

Neste domingo celebra-se Pentecostes. Nesta solenidade, 50 dias após a ressurreição do Senhor, celebramos a vinda do Espírito Santo, o dom que Cristo prometera. É também a festa em que se celebra a manifestação da Igreja e o início de sua missão entre os homens.

Pentecostes é a plenificação do mistério pascal: a comunhão com o Ressuscitado só é completa pelo dom do Espírito Santo, que continua em nós a obra de Cristo e sua presença gloriosa. O Tempo Pascal, período de sete semanas que representa a plenitude dos tempos, tem sua culminância nesta solenidade.

A primeira leitura deste Domingo de Pentecostes (At 2, 1-11) comprova o ardor missionário da primeira comunidade. Os apóstolos estavam reunidos em oração, junto com Maria, a Mãe de Jesus, quando receberam o Espírito Santo. Até então trancados dentro de casa por medo dos judeus, simbolizavam uma comunidade inativa, medrosa, sem perspectivas. Mas o Espírito os transformou. Então, cheios de coragem e entusiasmo, saíram a pregar. Foram superadas todas as barreiras étnicas, culturais, linguísticas e geográficas. Todos entendiam a mensagem dos apóstolos e, a partir de Jerusalém, o Evangelho de Jesus Cristo espalha-se pelo mundo.

No evangelho (Jo 20, 19-23), Jesus ressuscitado aparece no meio dos apóstolos, deseja-lhes a paz e confirma o mandato missionário: “Eu vos envio.” E sopra sobre eles, concedendo-lhes o dom do Espírito Santo. É o sopro da nova criação, capacitando o ser humano para promover a vida em plenitude.

O Espírito Santo – que é Deus com o Pai e o Filho – continua a guiar a Igreja. Celebrar Pentecostes é celebrar a presença do Espírito em nossas comunidades e em nossas vidas. É Ele quem assiste a Igreja para que, apesar das dificuldades e falhas humanas, possa realizar fielmente sua missão. É ele quem ilumina a todos nós para que possamos ser discípulos fiéis, dirigindo nossas vidas pelos caminhos do Evangelho de Jesus.

Mas o Espírito Santo não age só nos cristãos. Nas pessoas de boa vontade que lutam pela justiça e pela paz, nos que buscam construir a fraternidade, nos que procuram promover a vida, em todos eles age o Espírito Santo.

Para aprofundarmos o sentido de Pentecostes, apresentamos esta reflexão, baseada no pensamento de Atenágoras I, Patriarca da Igreja Ortodoxa de Constantinopla: “Sem o Espírito Santo, Deus fica distante da gente; Cristo, perdido na história; o Evangelho é letra morta; a Igreja, apenas agremiação religiosa; a autoridade, poder que se evita; a pregação, propaganda da Igreja; a oração, tarefa a cumprir; a liturgia, ritual do passado; e a moral, repressão. Com o Espírito Santo, Deus entra na vida do mundo, onde se inicia o seu reino; Cristo, o Filho de Deus, se faz um de nós; o Evangelho é novo estilo de vida; a Igreja, gente unida com as três Pessoas na Trindade; a autoridade, apoio e serviço; a pregação, anúncio da novidade do reino; a oração, experiência de contato com Deus; a liturgia, memorial que antecipa o futuro; e a moral, ação que liberta.”

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