TPM sim, e daí?



31 agosto, 2017


Identificar os sintomas da TPM é o primeiro passo para driblar os inconvenientes desse período

Um dia, você está feliz da vida, mas, de repente, uma besteirinha a leva a um colapso de nervos. Em seguida, uma fúria intensa, que só passa quando alguém conta um caso bobinho e, sem mais nem menos, você se desmancha em lágrimas, dignas do Oscar. Sinal de alerta: você está na TPM.

formacao_1600x1200-tpm-sim-e-dai
Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

O cabelo está terrível, parecendo palha, indomável! A pele, então, fica como a de uma adolescente, com várias espinhas, ou dá aquela manchadinha básica. Sem contar que a calça que você vestia ontem parece que encolheu e custa para ser abotoada.

Modificações e transtornos

Essa é a realidade mensal de boa parte das mulheres que sofrem de tensão pré-menstrual, mais conhecida como TPM, que provoca variadas modificações no organismo feminino e pode causar muitos transtornos, se não tomarmos os devidos cuidados.

Muita gente acha que isso é manha de mulher, que é fingimento, porém, a literatura científica já comprovou que é fato: antes da menstruação, há alterações físicas, psíquicas e sociais, que comprometem os relacionamentos e afetam a produtividade da mulher em sua família, escola e trabalho.

Leia mais:
:: Como o homem deve lidar com a mulher na TPM?
:: Como usar a TPM a nosso favor
:: Você compensa suas emoções na comida?
:: Como lidar com as mudanças hormonais das mulheres?

Sem sentimento de culpa

Você pode estar se perguntando o que esse tema está fazendo nessa coluna da Canção Nova. Bem, eu respondo: muitas mulheres se martirizam e culpam-se por sentirem os sintomas da TPM, e não se permitem ser humanas, ou então, ignoram os sintomas como se eles não existissem – e muitas vezes, não compreendem por que tomaram essa ou aquela decisão com tanta raiva, ou por que gritaram com aquela pessoa; ou ainda, por que estão chorando em pleno horário de trabalho.

Admitamos: somos mulheres, temos a nossa biologia, e não adianta fingir que nada está acontecendo. É preciso monitorar o nosso ciclo menstrual para estarmos atentas a esses sintomas e minimizá-los. Afinal, “como é bom, como é agradável para os irmãos viverem juntos” (Sal 132, 1).

Uma alteração biológica natural não deve ter o poder de desarmonizar nossa convivência com os outros.

Ninguém fale comigo

A tensão pré-menstrual aparece uma semana antes da menstruação, mas o ápice dela acontece um ou dois dias antes do primeiro dia do ciclo. Os sintomas nem sempre são os mesmos, e a intensidade deles também varia, por isso toda mulher deve conhecer seu ciclo e marcar os prováveis dias de TPM no calendário.

Assim, você tenta driblar as situações de estresse nesses dias, bem como se programa para tomar decisões fora desse período. E não é vergonha nenhuma você avisar às pessoas que não está no seu melhor dia.

Afinal, ninguém é obrigado a adivinhar que não poderá brincar com você nesse período, porque estará uma pilha de nervos; e no seu trabalho, por exemplo, ficar chorando pelos cantos pode danificar a sua imagem; além do mais, uma decisão impensada pode render muita confusão depois.

Lembre-se: não é possível que o mundo pare até que a sua TPM passe.

Boa convivência

Nossos companheiros na criação de Deus, os homens, precisam ser alertados sobre isso também.

A rapaziada precisa ter paciência redobrada com suas esposas, noivas, namoradas, mães, filhas, irmãs e amigas nesse período. Deus nos fez como uma “ajuda adequada” a eles; então, será bem bacana se compreenderem que, em alguns momentos, precisam se adequar às nossas limitações para uma boa convivência (cf. Gn 2,7-18ss).

Cabe lembrar que algumas mulheres não têm TPM , pois esse período traz novidades bacanas, como ideias mais criativas, melhor desempenho no trabalho, mais sensação de bem-estar.

Enfim, independentemente dos sintomas, é importante que você conheça seu corpo para não ficar refém de suas alterações, vivendo em sociedade de forma sadia e feliz.

Mariella Silva de Oliveira Costa

 

Mineira , esposa, católica, feliz e amante de uma boa prosa. Jornalista, pesquisadora e professora universitária, é doutora em Saúde Coletiva (UnB), mestre em tocoginecologia (Unicamp), especialista em jornalismo científico (Unicamp) e graduada em comunicação social (UFV). Participa da RCC desde 1998 tendo atuado no Ministério Universidades Renovadas e no Ministério de Comunicação Social. Cofundadora do projeto Muitas Marias.com
Contato: mariellajornalista@gmail.com Twitter: @_mari_ella_
  • Twitter
  • del.icio.us
  • Digg
  • Facebook
  • Technorati
  • Reddit
  • Yahoo Buzz
  • StumbleUpon

Deixe um comentário